O uso de Equipamento de Proteção Individual (EPI) para proteção respiratória deveria ser sempre a última alternativa na hierarquia de controle de riscos. Esses equipamentos, além de não serem simples de utilizar, podem ter um custo elevado, demandam manutenção frequente e, muitas vezes, não são bem aceitos pelos trabalhadores. No entanto, em alguns casos, o uso de respiradores se torna inevitável. Um dos maiores desafios, nesse contexto, é a seleção adequada do respirador. Existem inúmeros requisitos que, infelizmente, são frequentemente mal interpretados pelos empregadores, e esses equívocos podem resultar em superexposição a agentes nocivos e em doenças ocupacionais. Por isso, escolher o respirador correto para cada atividade é essencial para garantir a proteção da saúde dos trabalhadores. Vale lembrar que a seleção do respirador é apenas o primeiro passo, é igualmente necessário implementar um Programa de Proteção Respiratória (PPR) para garantir o uso adequado e seguro do equipamento.
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Antes de selecionar o respirador, identificar os contaminantes
Antes de selecionar um respirador, é fundamental identificar corretamente os contaminantes presentes no ambiente de trabalho. Isso inclui não apenas o tipo de contaminante, mas também a forma como ele está disperso no ar. Os contaminantes podem ser químicos ou biológicos, e estarem dispersos na forma de poeira, fumaça, gás, vapor ou névoa.
Além disso, é essencial observar atentamente as práticas de trabalho para ter uma visão completa da exposição dos funcionários. Como essas operações geram os contaminantes? Identifique as fontes de exposição, o tempo durante o qual os trabalhadores estão expostos, o esforço físico envolvido nas atividades e outros fatores que influenciam diretamente a seleção do respirador adequado.
Lembre-se de que a proteção respiratória só deve ser considerada após a implementação de controles administrativos ou de engenharia viáveis. O respirador deve sempre ser visto como a última linha de defesa contra a exposição a contaminantes no ar.
Revise os limites de exposição
Depois de identificar os contaminantes aos quais os funcionários estão expostos, o próximo passo é revisar as informações sobre os limites de exposição. Caso os agentes estejam abaixo do nível de ação, o uso de respiradores pode ser uma medida desnecessária ou superestimada.
Os limites de exposição devem ser consultados nos anexos 11 e 12 da NR 15. No entanto, se o agente em questão não estiver listado nesses anexos, a NR 9 orienta o uso dos valores-limite (TLVs) publicados pela ACGIH. Esses valores representam o nível de exposição que um trabalhador típico pode enfrentar sem efeitos adversos à saúde. Os TLVs são diretrizes projetadas para serem aplicadas por profissionais devidamente treinados na prática de higiene ocupacional.
Vale lembrar que outras recomendações de exposição podem ser mais rigorosas que os TLVs. Seguir essas diretrizes mais restritivas pode ser considerada uma boa prática de segurança.
Medir a exposição dos funcionários
Se houver dúvidas sobre a existência de exposição ao agente químico, o ideal é realizar uma avaliação completa da exposição dos funcionários. Não confie essa tarefa a um novato, é essencial trabalhar com um profissional experiente no monitoramento da exposição para garantir resultados confiáveis e recomendações precisas. O monitoramento deve ser realizado de maneira a capturar as situações de maior exposição, assegurando que as medidas de controle sejam implementadas para lidar com os níveis mais altos de risco identificados. A proteção dos funcionários é maximizada quando os controles são direcionados às exposições mais significativas.
Revise o fator de proteção atribuída e a concentração máxima de uso
Para selecionar respiradores que atendam ou excedam o nível de proteção necessário para os funcionários, é fundamental considerar os fatores de proteção atribuídos (FPA) e as concentrações máximas de uso.
Use o FPA para determinar o tipo apropriado de respirador com base no limite de exposição de um contaminante e no nível presente no local de trabalho. A escolha do respirador deve ser feita comparando o nível de exposição no ambiente com a concentração máxima do contaminante que um determinado tipo de respirador pode suportar. Para calcular essa concentração máxima, multiplique o FPA do respirador pelo limite de exposição do contaminante. Se o nível do contaminante no local de trabalho exceder essa concentração máxima, será necessário optar por um respirador com um FPA maior.
Por exemplo, um respirador purificador de ar com máscara completa possui um FPA de 50. A dimetilformamida tem um PEL (Limite de Exposição Permitido) de 10 partes por milhão (ppm) como média ponderada de 8 horas (TWA). Multiplicando o FPA pelo PEL, obtemos uma concentração máxima de 500 ppm para essa aplicação. Se o nível esperado da dimetilformamida no local de trabalho for de 30 ppm, o respirador selecionado fornecerá proteção adequada, já que 30 ppm está abaixo do MUC de 500 ppm.
O FPA representa o nível de proteção respiratória que se espera que um respirador ou uma classe de respiradores forneça aos funcionários, desde que o empregador mantenha um programa de proteção respiratória contínuo e eficaz.
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