Processamento de Aves: Exposição Química e Ergonômica

Não é novidade que trabalhadores em linhas de produção no processamento de aves enfrentam diversos riscos ocupacionais. No entanto, um estudo financiado pelo Departamento de Agricultura, Segurança Alimentar e Serviço de Inspeção dos Estados Unidos (FSIS) revelou dados alarmantes: 81% dos trabalhadores dessa indústria apresentam risco aumentado de desenvolver distúrbios musculoesqueléticos (DMEs). 

A pesquisa analisou mais de 1.000 trabalhadores em 11 estabelecimentos, focando nas linhas de evisceração — onde os profissionais removem órgãos e limpam carcaças. Nessas operações, a velocidade varia entre 140 e 175 aves por minuto, um fator que contribui significativamente para a sobrecarga física. Segundo os pesquisadores, essa alta incidência de DMEs sugere falhas nas práticas de mitigação de riscos adotadas pela indústria avícola. 

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O que envolve o processamento de aves? 

 

O processamento de aves é um conjunto de operações que transforma aves vivas em produtos prontos para o consumo. Essa atividade envolve diversas etapas, desde o abate até o resfriamento e embalagem dos cortes finais. O processo começa com o atordoamento e sangria, seguido da depenação e evisceração, onde os órgãos internos são removidos. Em seguida, as carcaças passam por inspeções sanitárias e seguem para o resfriamento, cortes e desossa, onde são separadas conforme a demanda do mercado. Dependendo do produto final, podem ainda passar por processos adicionais, como tempero, empanamento e congelamento. 

As linhas de produção operam em ritmo acelerado, com trabalhadores desempenhando tarefas repetitivas em ambientes frios e úmidos, muitas vezes em contato direto com agentes químicos utilizados na desinfecção das carcaças. Esse cenário torna a atividade fisicamente exigente e aumenta a exposição a diversos riscos ocupacionais. 

Riscos Químicos no Processamento de Aves 

No processamento de aves, o uso de agentes químicos é comum para auxiliar na desinfecção e no controle microbiológico das carcaças. Entre os produtos mais utilizados estão cloro e amônia, que podem representar riscos significativos para a saúde dos trabalhadores. Além desses, um estudo financiado pelo FSIS analisou a exposição ao ácido peracético (PAA), um antimicrobiano amplamente empregado na indústria avícola. 

Os resultados indicaram que 21% das funções avaliadas em 61 postos de trabalho apresentaram níveis de exposição ao PAA superiores ao limite de exposição de curto prazo (STEL) da ACGIH, que é de 0,4 ppm em 15 minutos. A exposição ao PAA tem sido associada a uma série de efeitos adversos, como lacrimejamento, irritação das mucosas e membranas nasais, além de sintomas respiratórios, incluindo chiado, tosse, falta de ar e aperto no peito. Estudos também sugerem que a exposição prolongada pode levar ao desenvolvimento de asma ocupacional, tornando essa substância um risco crítico para os trabalhadores da indústria. 

Riscos Ergonômicos no Processamento de Aves 

O estudo revelou que 81% dos trabalhadores do processamento de aves apresentam um risco elevado de desenvolver distúrbios musculoesqueléticos (DMEs). No entanto, esses não são os únicos problemas ergonômicos enfrentados na atividade. Tendinite e síndrome do túnel do carpo estão entre as condições mais comuns, resultantes de movimentos repetitivos, posturas inadequadas e alta exigência física nas linhas de produção. 

 

Além das lesões diagnosticadas, muitos trabalhadores relataram níveis moderados a severos de dor relacionada ao trabalho, o que impacta diretamente sua produtividade e qualidade de vida. Muitos afirmaram ter dificuldade em manter o ritmo de trabalho e até consideraram deixar o emprego devido às condições extenuantes. O impacto não se restringe ao ambiente laboral — a dor e as limitações físicas afetam suas atividades diárias fora do trabalho, comprometendo seu bem-estar e aumentando o risco de afastamentos prolongados.  

 

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