Nesse artigo, eu Leandro Magalhães, irei cobrir os principais pontos para elaboração de uma boa estratégia de amostragem. Irei trazer quais são as referências em termos desse procedimento que visa trazer confiabilidade na conclusão sobre as exposições ocupacionais.
Acompanhe o artigo!
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O que é Estratégia de Amostragem?
A parte de tratamento estatístico é apenas um item da Estratégia de Amostragem. A Estratégia de Amostragem é o caminho que nós como Higienistas Ocupacionais seguiremos para chegar ao objetivo final das medições. O maior problema de um Higienista Ocupacional é saber como reconhecer as avaliações, julgar se são toleráveis ou não, e posteriormente controlar essas exposições ocupacionais.
- Reconhecer todas as exposições ocupacionais que estão presentes no ambiente de trabalho.
- Julgá-las, tomar juízo de valor, saber se é tolerável ou não.
- Caso não sejam toleráveis, devem ser aplicadas as medidas de controle cabíveis.
Esses são os principais objetivos da Estratégia de Amostragem, por isso a Higiene Ocupacional é feita em 3 etapas: antecipação, reconhecimento, avaliação e controle de riscos, o que chamados de ciclo da Estratégia de Amostragem. Teremos que usar o julgamento profissional, planejamento das coletas de amostras, interpretação e tratamento dos dados e as conclusões.
Reconhecimento de Riscos
Para começar uma estratégia de amostragem os primeiros passos que devem ser tomados dizem respeito ao reconhecimento de riscos. Como fazer um reconhecimento de riscos?
O primeiro passo é a elaboração do inventário de produtos químicos, uma descrição das tarefas que estão ali presentes, o conhecimento a fundo dos processos, e entender a interação dos processos com as pessoas que estão ali naquele ambiente. O reconhecimento de riscos não deve estar só baseado na FISPQ. Sim, ela é muito importante e nos ajuda muito nas etapas de higiene ocupacional, mas é preciso entender dos processos para saber se uma substância química presente em um produto gera um risco, por exemplo.
A primeira pergunta que você tem que responder na hora de elaborar a sua estratégia de amostragem e o reconhecimento de riscos é:
Essa substância química pode gerar uma exposição ocupacional?
E se ela não gerar exposição ocupacional? Se for um processo totalmente fechado? Então sua estratégia para ali, você só precisa fazer o acompanhamento para saber se as condições continuam as mesmas.
Muitas vezes isso não está diretamente relacionado à quantidade percentual de cada agente químico que está na FISPQ. O que devemos nos atentar é sobre a capacidade da substância se tornar dispersa no ar e a probabilidade desse agente estar acima dos limites de tolerância estabelecidos.
Uma FISPQ é um relatório da composição das substâncias presentes em um produto. Mas será que durante o processamento da substância no maquinário, ela não pode se transformar em outra substância química que possa gerar um outro produto que pode ser danoso aos trabalhadores?
Você deve compreender os processos, o higienista ocupacional é um cientista, é preciso conversar com pessoas, entender as várias áreas da empresa para fazer um correto reconhecimento de riscos.
E é preciso entender a correlação dessas exposições com os Limites de Exposição Ocupacional. Esses limites e essas substâncias têm que estar alinhados na estratégia de forma que eles façam sentido. Hoje existem basicamente 4 tipos de limite aplicáveis no Brasil: o limite média ponderada do tempo, o limite STEL, o limite TETO e o limite de superfície de trabalho. E cada um tem sua aplicabilidade, cada um visa a proteção contra determinado efeito que uma substância pode causar ao trabalhador.
Para vocês usaram estratégias de amostragem o primeiro conceito que deve estar claro são os conceitos sobre o Limite de Exposição Ocupacional. O Limite Média Ponderada do Tempo (TWA) é um limite que representa a jornada de 8h, o interesse é pela exposição desse trabalhador ao longo da sua jornada. O valor pode flutuar ao longo deste tempo, desde que essa média, que é ponderada ao longo do tempo de exposição, esteja abaixo do limite. Quando é feita uma amostragem ela tem que estar abaixo desse limite nas 8 horas.
O Limite STEL ou Limite de Exposição de Curta Duração visa a proteção dos trabalhadores contra efeitos agudos, que são do tipo narcose de grau elevado, efeitos dose-dependente e irritação. Esse é um limite de 15 min, então eu tenho que medir as exposições dos trabalhadores para saber se nesses 15 min a exposição ultrapassa aquele valor.
O Limite TETO é aquele que não pode ser ultrapassado em momento algum da jornada, ele é um limite baseado em irritação física, idealmente amostrado com amostradores instantâneos.
A forma de se chegar ao objetivo da proteção vai estar relacionada ao entendimento do conceito desses limites, porque a forma de coletar esses agentes vai ser muito importante para se saber qual tipo de coletor usar e qual o tempo de coleta utilizar para fazer a amostragem.
Um dos temas mais importantes para um Higienista Ocupacional compreender é o conceito dos limites, sem essa base fundamentada a estratégia de amostragem não existe.
O Limite de Superfície de Trabalho é novo e entrou em vigor em 2019 na ACGIH, está baseado nas exposições via pele e é dado em microgramas a cada 100 cm2, e está relacionado a palma da mão.
GHE (Grupo Homogêneo de Exposição)
Reconhecido o agente químico, é preciso estar em campo, e visitar a área para visualizar as situações e entender os processos, principalmente porque o conceito principal de estratégia de amostragem é chamado de Grupo de Exposição Similar ou Grupo Homogêneo de Exposição. Essa população faz parte de uma mesma distribuição de probabilidade, ou seja, a chance de qualquer um daqueles trabalhadores que estão naquela população experimentar determinado efeito é igual para todos.
Quando se criou o conceito de Grupo Homogêneo de Exposição, o intuito era que a partir de um grupo de amostras em que os trabalhadores experimentam uma mesma probabilidade de sofrer uma exposição ocupacional, seria possível descrever a exposição de uma população.
Com a elaboração de um bom GHE é possível ter informações valiosas desses trabalhadores. Muitos profissionais da área fazem apenas uma amostragem genérica sem critérios estatísticos e sem a definição de um objetivo claro. O GHE foi formulado para economizar dinheiro e para isso é essencial os dados estatísticos. Quanto mais dados e quanto mais informações tivermos sobre o ambiente de trabalho, melhor fundamentado será o julgamento profissional.
Caracterização Básica
O que é uma caracterização básica? É você começar o seu trabalho de reconhecimento de riscos, é você identificar as exposições que são potenciais desses trabalhadores, observar o local de trabalho, entender quais são os Limites de Exposição Ocupacional aplicáveis naquele ambiente e quais são os grupos homogêneos de exposição preliminares.
Na etapa de caracterização básica existem 4 objetivos principais:
- Quais são os agentes físicos, químicos e biológicos presentes nesse ambiente?
- Associados a esses agentes, quais são os efeitos biológicos na saúde desses trabalhadores?
- Eu tenho Limites de Exposição para esses agentes? Se sim, que tipos de Limites são e em que casos são aplicáveis?
- Como é a organização desses trabalhadores no ambiente de trabalho? Como eles executam as suas tarefas? Quais são as atividades-chaves e quais delas apresentam maior potencial de exposição?
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