Tradicionalmente a amostragem de particulados utilizando filtros é conduzida em cassetes de 37 mm de diâmetros com face fechada (Figura 1), onde a bomba é ligada na saída de ar (lado rajado) e a face superior do cassete é mantida no mesmo, de forma que o ar e os aerossóis entram no dispositivo a partir deste orifício superior de entrada de ar (Figura 2).
Figura 1: Cassete de face fechada 37mm. Figura 2: Esquema orifícios cassete 37 mm.
A amostragem de particulado que mais utiliza este tipo de cassete é a de “Particulado Total’’, onde a exclusão de partículas de maiores tamanhos é bem conhecida e estabelecida.
A Fração Inalável do aerossol corresponde a que pode penetrar tanto no nariz quanto na boca durante a respiração podendo também se depositar em qualquer região do trato respiratório.
Veja nosso artigo sobre O uso de Ciclones para saber mais sobre os diferentes tipos de particulados.
A amostragem de Fração Inalável, utilizando amostradores IOM ou “cassetes IOM’’, é internacionalmente definida por uma norma padrão (ISO 7708:1995) que institui a base dos monitoramentos de ar no Reino Unido e Europa, a qual substituiu os métodos baseados na amostragem de Particulado “Total”.
Por quê Particulado “Total” entre aspas?
Vários estudos indicam que a amostragem de Fração Inalável pode coletar partículas maiores do que a amostragem de Particulado ‘’Total’’.
Portanto, a amostragem da Fração “Total” com cassete de face fechada (CFC) é mais restritiva do que a da Fração Inalável, pois, no primeiro caso, parte das partículas maiores não são amostradas. A denominação ‘’Total’’ começou a ser utilizada para este tipo de amostragem previamente ao desenvolvimento e estabelecimento da Fração Inalável e por convenção dos profissionais da área.
Na amostragem CFC para Particulado ‘’Total’’ é comum ocorrer perda de particulados nas paredes internas do cassete gerando uma fonte de erros dos resultados. Já os cassetes para particulado inalável foram desenvolvidos para que sejam pesados em conjunto com os filtros, gerando desta forma, uma maior correspondência entre os resultados e concentração ambiental, pois todos os particulados aderidos à parede do cassete serão computados no resultado da análise (Figura 3).
Figura 3: Amostrador IOM de plástico.
Em 2011 a Occupational Safety and Health Administration (OSHA) escreveu uma carta para a SKC onde reconhece que a amostragem com amostrador inalável pode ser utilizada para particulado total, sendo inclusive mais eficiente (Figura 4).
Figura 4: Trecho da carta da OSHA reconhecendo que o amostrador IOM pode ser utilizado para Particulado Total.
Grande parte dos limites de exposição estabelecidos pela OSHA ainda não trazem especificação sobre o tamanho das partículas, exceto, por exemplo, para Sílica Cristalina. Já os novos TLVs® da ACGIH para aerossóis são especificados por tamanho de partículas, apesar de os métodos NIOSH e OSHA ainda não serem baseados nos mesmos.
Por outro lado, os limites de tolerância da NR-15 não estabelecem a fração a ser amostrada, exceto em alguns casos, como para Sílica Livre Cristalina. Desta forma, para conformidade com estes limites, não se faz necessário a amostragem utilizando amostradores inaláveis. Porém, caso algum limite seja comparado com os TLVs® da ACGIH e que especifiquem esta fração, este deverá ser amostrado de acordo com o TLV®.
Entretanto, existem algumas desvantagens quando se utilizam os amostradores IOM. A primeira delas é o preço. Estes amostradores são muito caros e é necessário um conjunto de equipamentos, também com preço elevado, para sua utilização. São necessários o suporte IOM e a câmara de calibração, além do porta-filtro, ou “cassete IOM”, que é fornecido pelo laboratório.
Outro problema é quanto a estabilidade da massa durante a pesagem. Vários laboratórios reportaram à SKC, principal fabricante deste material, a dificuldade de estabilidade durante a pesagem inicial e final do “cassete IOM”. Isso ocorre pois o material plástico do ‘’cassete IOM’’ absorve umidade facilmente interferindo no peso. A solução é a utilização de um cassete de aço inoxidável (Figura 5), o que eleva ainda mais o custo. Para contornar este problema, os laboratórios utilizam os ‘’cassetes IOM’’ de plástico e realizam pesagens consecutivas e sucessivas até a estabilização da massa do conjunto, além de controlar temperatura e umidade da sala de balanças onde ocorrem as pesagens.
Figura 5: Amostrador IOM de aço inoxidável.
Mas, ainda deve-se atentar ao manuseio dos “cassetes IOM”. Como estes são pesados em conjunto com os filtros, devem-se manuseá-los com luvas de borracha livres de pó para que não haja contaminação do cassete com gordura das mãos e sujeiras como o pó das luvas.
A Analytics Brasil faz uso das metodologias propostas pela NIOSH e OSHA, contando com ACREDITAÇÃO TOTAL DA AIHA (Associação Norte-Americana de Higiene Industrial) desde o ano de 1981. Além disso, os dados obtidos nos relatórios de nossas análises são comparáveis com os limites de tolerância da legislação brasileira e da ACGIH com o objetivo final de determinar se o local é seguro e está em conformidade, eliminando passivos trabalhistas e insalubridade associados com a exposição no local de trabalho.
Analytics Brasil: Higiene Ocupacional ao alcance de suas mãos.
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