Entenda melhor nesse artigo o que é a notação FIV da ACGIH e todas as dúvidas comuns relacionadas aos agentes que possuem esta notação. O que ela é, como ela interfere na coleta e, será que o FIV pode ser enquadrado somente para os agentes que possuam essa notação ou também para outros agentes?
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Notação FIV
A notação FIV está presente na norma europeia desde 2014 e na ACGIH foi adicionada especificamente para mais de 50 agentes. Mas o que essa notação traz? Alguns estudos indicam que alguns agentes, dependendo da forma que são aplicados no ambiente, podem gerar riscos ocupacionais na fração vapor, ou seja, eles têm pressão de vapor suficiente para evaporar e também como aerodisperssóide.
A notação indica FIV tais agentes químicos que podem ocorrer no ambiente, tanto como vapor e gotículas, de modo que as duas fases podem coexistir, contribuindo para a exposição dependendo do tipo de utilização do produto..
Esta situação pode ocorrer:
- Quando o agente tem um valor de “intermediário” de pressão de vapor (nestes casos que leva em conta a relação entre a sua concentração no ar de vapor saturado e o valor de VLA-ED®.
- Por causa da forma de utilização do agente químico (por exemplo, pulverização).
- Em processos que envolvam mudanças de temperatura que podem afetar o estado físico do agente.
Lembrando das formas de dispersão de um agente químico no ambiente de trabalho, temos: gases, vapores, névoas… e o principal para entendermos FIV são as névoas e vapores.
As névoas são formas de dispersão de gotículas no ar, enquanto os vapores podem ser definidos como uma substância líquida que tem uma pressão de vapor, que é capaz de evaporar. O vapor é fase gasosa de uma substância.
Quando temos essa notação FIV, os estudos indicam que se esse agente é aplicado de forma a gerar névoa ou que ele se torne aerodisperso, pode haver exposição por ambas as formas, vapor e névoa, sendo um exmplo as aplicações com spray. Se existe algum líquido que passe por meio de um orifício e gere gotículas, além da exposição pelas gotículas, também há a evaporação desse agente, que pode causar os danos.
Outro ponto importante é que você pode ter a FIV em partículas sólidas. Se existe um meio de aplicação em que você tem uma partícula que vai para o ar, mas que está recoberta por um agente que pode evaporar, a FIV se aplica também. Os primeiros agentes com notação FIV que surgiram na ACGIH foram os agroquímicos. A forma mais comum de aplicação dos agroquímicos é dada por spray, tratores com aspersores e também a pulverização por drones. São geradas essas pequenas partículas, mas o trabalhador também sofre com a exposição dos agentes que estão no ambiente e que vão evaporar.
A FIV exige bastante cautela para fazer a amostragem e para enviar a amostra para o laboratório. Tudo começou com os agroquímicos, mas hoje temos vários agentes. Por exemplo, os isocianatos e até o óleo diesel.
O grande problema nas amostragens é ter que coletar as à névoa na fração inalável ao mesmo tempo, isto é, em conjunto com a fração vapor. Além dessa dificuldade ainda não existem métodos de agência validado para a coleta desses agentes, por exemplo métodos OSHA e NIOSH.
O que é a Pressão de Vapor?
Esse é um dos temas básicos que o higienista deve compreender. A pressão de vapor é fundamental para fazer reconhecimento de riscos, o VHR faz sempre uma correlação de pressão de vapor, Limite de Exposição Ocupacional e a relação dessa grandeza com os controles implementados no ambiente. Com base em dados empíricos eles tentam mensurar qual é a provável exposição desses trabalhadores.
Agora, imagine um líquido dentro de um potinho fechado, até a metade dele; esse líquido vai evaporar a algum momento. Irá chegar a um ponto em que a quantidade de líquido que evapora é igual a quantidade de líquido que condensa. Em química, é entendido como o conceito de equilíbrio. Trata-se do equilíbrio entre a evaporação e a condensação dentro de um líquido hermeticamente fechado.
Quando o equilíbrio é atingido, a pressão que foi feita nas paredes do recipiente é a pressão daquele vapor que está ali. Quanto maior a pressão de vapor de um líquido, mais ele tende a evaporar e mais volátil ele será. E, consequentemente, quanto maior a temperatura, maior a pressão de vapor do líquido.
Guardem esse conceito, ele é primordial para o Reconhecimento de Riscos.
Como identificar compostos de fase mistas, que tem tanto pressão de vapor quanto a fase líquida?
O critério mais indicado é verificando a notação na ACGIH, primeiro é preciso entender as formas de aplicação. Se é um FIV, ele é aplicado de forma a gerar névoa? Se este produto é aplicado de forma a gerar partículas aerodispersas, logo, é necessário se preocupar com a fração vapor. Portanto, todo líquido pode sim gerar exposição em vapor. Lembrando que aqueles com maior pressão de vapor, tendem a gerar maiores exposições ao longo do tempo.
Amostrador OVS
O OVS é um tubo totalmente diferente daqueles utilizados no dia a dia, é mais grosso com uma ponta mais fina, onde você liga a mangueira. Você tem na frente um pré filtro, em que os particulados e as névoas param lá; o vapor que sai dali e é capturado na resina, na segunda camada. Ele foi validado para amostragens a partir de 1L/min.
Para a FIV ele é um grande problema, pois nós temos a denominação do inalável…
Em um dos congressos da AIHA, eles estavam tentando fazer adaptações nesse tubo para que ele passasse a coletar a fração inalável. A dica que eu dou para quem não sabe o que é fração inalável ainda, consulte o anexo C da ACGIH. A Fração Inalável engloba todas aquelas partículas que podem se depositar em qualquer região do trato respiratório, e para isso, você precisa utilizar um seletor de partículas. Em que o ponto de corte dele 50%, ou seja, a sua eficiência, seja superior a 50% para aquelas partículas com tamanho acima de 100 micrometros.
O OVS não tem esse ponto de corte, ele não segue a curva da FIV. Fizeram várias adaptações, mas não foi possível que ele coletasse 1L/min. Como nós estamos tratando de uma substância que tem pressão de vapor, é primordial que esse amostrador seja capaz de coletar a fração inalável e a fração de vapor.
Analise criticamente o processo. Você gera aerodispersóides? Você gera gotículas? Você gera névoa? Algum aerodispersóide precisa ser coletado?
Um exemplo clássico que a gente tem é o diesel. Maioria das exposições que a gente recebe todos os dias aqui na Analytics de diesel, são para frentistas. Onde há exposição a aerodispersóides de diesel, em um trabalho de frentista?
A preocupação que devemos ter se tratando de exposição, com frentista ou abastecedores, é com o diesel que evapora. Nesse caso a resolução é simples: Fazer a coleta no método normal com tubo. Porém, se a gente tem aplicação do aerodispersóide, seria complicado, mas poderíamos tentar utilizar o UFV PRO e verificar esses métodos.
Eu, Leandro Magalhães, levei para alguns higienistas a forma como vem sendo coletados esses agentes aqui no Brasil e isso não faz sentido para nenhum deles. O que eu não faria é coletar com um IOM de um lado, a bomba do outro lado e colocar o tubo. Não é isso, esse limite não é voltado para isso. Lembrando, se você coletou através do IOM, está havendo evaporação na medida que a bomba é ligada, e não está sendo coletado o vapor ao final.
E ao finalizar a amostragem, retirar o filtro e enviar para o laboratório, a grande chance é de que não tenha mais nada. É uma estratégia que foi criada para coletar, mas que tecnicamente não faz sentido e que não funciona. O resultado final é somente da Fração de Vapor.
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