Métodos de avaliação qualitativa: Preciso ou não preciso amostrar o agente?

Conheça neste artigo as metodologias qualitativas para o reconhecimento de riscos  químicos e saiba como fazer um bom reconhecimento de riscos.

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O que é uma Análise Qualitativa?

A Análise Qualitativa é um processo no qual você não usa nenhum tipo de dado quantitativo, ou seja medições para tomar uma decisão sobre a exposição dos trabalhadores. Verifica-se aspectos sobre as propriedades físico-químicas, toxicidade das substâncias, condições de processo e organização do ambiente para julgar as exposições.

Ao falar de Avaliação Qualitativa, muitas pessoas ainda têm dúvidas sobre o embasamento das decisões nesse tipo de avaliação: Qual medida eu devo tomar? Como provar que determinada exposição realmente não existe? 

Especialmente no Brasil temos uma cultura de realizar medições atrás de medições. Mas será que essa é a melhor forma? Será que esse é o principal objetivo da Higiene Ocupacional?

“As avaliações de agentes químicos têm um custo muito alto, eu realmente preciso fazer tudo isso?” Esse é um dos questionamentos que mais recebemos aqui na Analytics. Por isso, trouxemos algumas reflexões:

  1. Quanto tempo você tem gastado em um levantamento qualitativo do ambiente de exposição?
  2. Quanto tempo você gasta para coleta das informações qualitativas do ambiente de trabalho? 
  3. Agora, quanto tempo desse levantamento qualitativo você gasta se comparado com a coleta de amostras?

Nos Estados Unidos, a OSHA fez um levantamento de 14 mil amostras coletada em um determinado ano; dessas amostras, 50% delas apresentaram os resultados não detectáveis, ou seja, estavam abaixo do Limite de quantificação. Outro ponto importante é que 20% das amostras coletadas estavam 2x acima do Limite de Exposição Ocupacional. Ao somar os 50% das amostras abaixo do Limite de quantificação com os 20% que estavam duas vezes do limite, totaliza-se 70% das amostras coletadas pela OSHA. 

O principal questionamento feito pelo órgão foi: Será que 70% dessas amostras precisariam ser coletadas ou já havia informações qualitativas suficiente para a tomada de decisão?

E você, higienista ocupacional, em relação a porcentagem das amostras que você coleta, quantas delas realmente precisam ser coletadas? Os Higienistas Ocupacionais têm dedicado quanto tempo para as Avaliações Qualitativas das Exposições Ocupacionais desses trabalhadores?

O Papel do Higienista Ocupacional

A coleta das amostras, com a finalidade de julgar se há risco ou não, é um procedimento muito caro. Se você já tem evidências qualitativas essa amostra não faz o menor sentido para a Higiene Ocupacional, pois qualitativamente você já julgaria essa exposição.

O papel do Higienista Ocupacional, dentro de uma empresa, pode ser comparado a de um detetive. Como encontrar o criminoso no caso dos agentes químicos?  É certo de que é aquele agente que causa a doença e que, consequentemente, prejudica à saúde e integridade física do trabalhador. 

Para começar uma avaliação qualitativa você deve buscar informações básicas sobre o ambiente de trabalho:

  1. Conhecer as propriedades físico-químicas de todos os agentes químicos armazenados e utilizados na empresa;
  2. Conhecer as quantidades frequentemente utilizadas;
  3. Identificar situações em que a utilização da substância tenha potencial para causar danos à saúde do trabalhador;

Com todas essas informações devidamente checadas, o detetive – nesse caso o higienista ocupacional, vai até à cena do crime para inspeção e identificação de outras informações mais minuciosas. O higienista deve ir a campo, reconhecer os processos e entrevistar funcionários e trabalhadores. 

Muitas vezes, é papel do higienista, interagir com os fornecedores para tomar conhecimento de informações importantes e minuciosas sobre as exposições, cabe ao profissional todo esse conhecimento técnico para a tomada de decisões. 

As Técnicas de Avaliação

É importante observar também se essas substâncias químicas podem incorporar no ambiente de trabalho, e se existem outras vias de exposição que precisam ser levadas em consideração. Neste caso, não importa só a condição do produto, mas também a condição do ambiente.

Imagine que uma substância muito tóxica, como o benzeno – em que o processo que é utilizado é totalmente enclausurado, cabe ao higienista ocupacional ter essa capacidade de analisar qualitativamente essas exposições. Não devemos olhar somente para a toxicidade deste agente, mas também deve ser analisada a probabilidade dele se incorporar no ar.

A Pressão de Vapor é uma propriedade físico-química de um líquido que mede a sua tendência a evaporar. Quanto maior a pressão de vapor, maior a volatilidade da substância, ou seja maior a tendência dela evaporar e incorporar no ar. Imagine um líquido dentro de um frasco totalmente fechado, esse líquido vai evaporar até que quantidade de líquido e vapor estabilizará (equilíbrio), nesse momento a pressão que esse vapor exerce é a pressão de vapor.

A concentração de Vapor Saturado é dado pela pressão de vapor do líquido dividida pela pressão atmosférica  x 10 elevado a 6 . Esta é a concentração máxima em PPM que determinada substância poderia alcançar no ambiente se eles estivesse totalmente fechado.

O VHI (Vapor Hazard Index) é uma ótima ferramenta para ajudar a entender o risco de utilizar uma substância. Isso porque ele nos dá a medida relativa em termos de toxicidade e probabilidade de exposição dos trabalhadores, porque é uma medida da relação entre a pressão de vapor e o limite de exposição ocupacional da substância. O VHI pode ser obtido da seguinte forma.

Logo quanto maior o VHI, maior o risco de utilização da substância. Ele também pode ser utilizado para saber se a troca de um solvente é realmente relevante.

Outro método é o VHR (Vapor Hazard Ratio) que mede a relação da pressão de vapor com o limite de exposição ocupacional. A partir da escala do VHR pode tomar a decisão sobre quais medidas de controle a se tomar, conforme abaixo.


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