O Limite de Quantificação é um tema que ainda gera muitas dúvidas aos profissionais da área de Higiene Ocupacional e Segurança do Trabalho, que acabam confundindo-o com o conceito de Limite de Exposição Ocupacional. Mas, saiba que eles são bem diferentes um do outro.
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O que é o Limite de Quantificação?
O Limite de Quantificação é um parâmetro do laboratório, que mede sua competência e eficiência em medir um composto, algumas variáveis estão relacionadas à esse parâmetro são a precisão na execução da análise, e especialização da equipe, qualidade dos equipamentos de medição; tudo isso é fundamental determinar o valor desse tipo de limite.
O Limite de Quantificação é a menor quantidade do analito em uma amostra que pode ser determinada com precisão e exatidão aceitáveis pelo laboratório/método, ou seja, é a menor concentração/massa da substância/composto que pode ser determinada quantitativamente.
Resumidamente, o Limite de Quantificação é a menor quantidade que um procedimento de análise consegue medir com confiabilidade estatística.
Limite de Quantificação e suas referências
As diferenças das metodologias de medição vão impactar na determinação do Limite de Quantificação, quanto melhor o procedimento de análise e maior a precisão, menor será o Limite de Quantificação, o que sempre deve ser buscado para obter uma maior sensibilidade do método.
Em um relatório de análise o limite de quantificação (LQ) será indicado como a menor quantidade que o método consegue medir. Sempre, o limite de quantificação deve ser menor que o Limite de Exposição Ocupacional, porque se a menor quantidade que se consegue medir for superior ao Limite de Exposição esse valor não adianta para nada. Você como Higienista Ocupacional deve buscar laboratórios em que os seus Limites de Quantificação estejam entre 5 a 10 vezes menores que o Limite de Exposição Ocupacional para a confiabilidade do dado.
Nós temos uma peculiaridade muito importante na área de Higiene Ocupacional. Quando estamos nos referindo a concentração, estamos falando da concentração do agente no ar, e não da amostra que está sendo analisada. Por exemplo:
Uma concentração de 10 ppm de benzeno na água é diferente de 10 ppm para a Higiene Ocupacional. No primeiro caso, é feita a coleta do volume de água e é medida a concentração de benzeno. No segundo caso, é coletado o benzeno em tubo, o carvão de coleta é extraído e a massa de benzeno deve ter uma correlação com o volume de ar coletado, que não entra em momento algum na análise.
Portanto o que é medido no laboratório é a concentração no líquido ou daquela amostra depois da extração e adsorção, ou seja, o que é medido é a massa do agente.
Existem procedimentos dentro de um laboratório que tem como objetivos determinar qual a real capacidade de medição, e uma das coisas que o profissional da área deve ficar atento é solicitar ao laboratório qual o método que é utilizado. A AIHA exige aos laboratórios que comprovem o Limite de Quantificação por comprovação estatística anualmente, porque vários fatores podem afetar esse valor, por exemplo, os equipamentos vão ficando mais velhos, vão perdendo a capacidade, então consequentemente esse limite tende a aumentar.
O que fazer com dados abaixo do Limite de Exposição Ocupacional?
- O livro da FUNDACENTRO específica as estratégias de amostragens recomendando o procedimento de dividir o resultado encontrado, abaixo do Limite de Quantificação, por 2. (Você pode fazer o download desse material clicando aqui)
- O segundo método possível é dividir por raiz de 2 o resultado que está abaixo do Limite de Quantificação.
- Outro método é o Robust ROS, uma regressão que é feita a partir dos dados analíticos do grupos de exposição; e que utiliza estatísticas para estimar esses valores com base nos dados coletados. Esse método só funciona quando existem 3 amostras acima do Limite de Quantificação. Esse procedimento é o melhor para tratar dados não detectados ou abaixo do Limite de Exposição Ocupacional.
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