Etanol ou Álcool Etílico: Desvendando os segredos do limite de exposição

O limite do etanol é um grande problema para os higienistas ocupacionais, porque segundo a NR-15 ele segue uma base e segundo a ACGIH ele segue outra. Mas qual é a prevenção mais adequada? Eu, Leandro Magalhães ,vou te ajudar a entender sobre esse limite destrinchando a documentação base do TLV da ACGIH, e você vai compreender todos esses mistérios de uma vez por todas. 

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O que é o Etanol? 

O etanol (CH3CH2OH ou C2H6O), é uma substância orgânica obtida da fermentação de açúcares, hidratação do etileno ou redução de acetaldeído, encontrado em bebidas como cerveja, vinho e aguardente, e na indústria de perfumaria.  

No Brasil, esse composto orgânico está presente em vários ramos da indústria, desde a produção dos combustíveis, passando pela indústria da transformação, que trabalha com  reações químicas para gerar algum polímero, até a produção de solvente.  

Umas das confusões mais comuns é denominar a substância apenas de álcool, isso não quer dizer nada para nós do laboratório e nem para o seu trabalho como Higienista em campo. O álcool é a função OH ligado a uma cadeia carbono.  

São vários tipos de álcoois, por isso a necessidade de entender e saber com qual estamos lidando. É preciso definir qual é o álcool presente na exposição.  

A forma de coleta do Etanol está relacionada ao limite, existem dois limites distintos na NR 15 e na ACGIH que se atualizam constantemente,  mas a forma de coleta é totalmente diferente. É muito importante abordar esse agente, e é preciso como coletá-lo para cada um dos tipos de coleta. 

Segundo a NR 9, para se fazer um Programa de Prevenção de Riscos Ambientais, na ausência dos limites na NR 15, deve ser utilizada a ACGIH. No caso do etanol, ele está na NR 15 e tem um problema grande, há uma nomenclatura errada e os limites que estão desatualizados.  

Abordagem da NR 15 

Na NR 15 estamos lidando com um limite do tipo Média Ponderada do Tempo de até 48  horas semanais, que é de 780 ppm. Ele é representativo ao limite TWA da ACGIH, ou seja, estamos falando aqui na NR 15 de um limite TLV-TWA. O que importa neste caso é a jornada do trabalhador. 

Em 1978 a jornada padrão era de 48 horas semanais, então a gente teria que reduzir a nossa exposição, o nosso limite. Porque a jornada padrão era maior que a da ACGIH de 40 horas.  

Então foi utilizado o Brief Scala para calcular o fator de correção semanal:  

 

São 40 horas semanais dividido pelo tempo trabalhado, multiplicado pelas horas semanais menos o tempo que é trabalhado, dividido pela jornada padrão (o tempo de descanso). 

Essa é a fórmula de brief scala para uma jornada semanal. No limite corrigido: 

LTc = LT X FCs

O Limite TLV-TWA do etanol na ACGIH em 1977 era de 1000 ppm: 

Para uma jornada de 48 horas semanais, qual o limite? 

O limite para uma jornada de 48h para o etanol é de: 

LTc = 1.000 X 0,78  = 780 ppm 

 Na NR 15 não foram considerados quais seriam os efeitos tóxicos dessa substância. Por que é 1000 ppm? Porque não era um TLV-TWA? Isso é importante vocês saberem e é um ponto que não é abordado na NR 15.  

Para coletar 8 horas de etanol, provavelmente você terá que utilizar em torno de 5 tubos. Porque trata-se um vapor, e a coleta deve ser feita com um tubo de carvão. Mas ele é pouco estável, ele não adere bem ao tubo. O volume máximo sugerido para coleta do etanol é de 1 litro e a vazão mínima é de 0,05. 

 Se você estiver trabalhando com etanol, o que vai acontecer? O máximo de tempo sugerido próximo ao limite de tolerância é coletar no máximo 20 min. Imagine quantos tubos você irá precisar para coletar uma jornada completa? É assim que está na NR 15. 

A abordagem atual da ACGIH  

A ACGIH propõe um TLV – STEL de 1000 ppm para o etanol. E diz que se trata de um agente carcinogênico confirmado para animais, porém não tem nenhuma relevância para humanos. Porém, a IARC considera o etanol (as bebidas alcoólicas do grupo I) comprovadamente carcinogênico para humanos.  

A via inalatória ainda não existe relevância da carcinogenicidade do etanol para humanos. Porém na ingestão ele é considerado carcinogênico.  

As considerações da ACGIH estavam erradas em 1977, o TLV-TWA não é o melhor TLV para proteger os trabalhadores contra a exposição ao etanol. Até 2008 era considerado um TLV-TWA de 1000 ppm. Em 2009 foi adotado um TLV-STEL de 1000 ppm.  

Porque faz mais sentido para esse agente um limite do tipo STEL? As exposições ao etanol elas causam efeitos de curto prazo. As exposições comumente encontradas na indústria não causam exposições de longo prazo (TLV-TWA).  

A base do TLV do etanol é irritação do trato respiratório superior, e ele pode causar também irritação ocular. Efeitos de irritação são efeitos agudos, de curto prazo; e não efeitos crônicos. O TLV-TWA não explica o efeito da irritação. Esse limite está totalmente desatualizado na NR 15 e não faz sentido nenhum coletar inúmeras amostras para cobrir uma jornada.  

Mas o etanol também pode causar efeitos crônicos e de longa duraçãocomo cirrose hepática, efeito abortivo, pode causar mudança na formação do feto e pode alterar a fertilidade. Para que esses efeitos de longo prazo acontecessem as concentrações teriam que estar altíssimas, cerca de 20 vezes superior a 1000 ppm. O TLV-STEL é aplicado a essa substância porque quando é atingido 1000 ppm o trabalhador já terá sentido os efeitos agudos e graves, sendo necessárias as medidas de proteção. 

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Por: HO Fácil

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